segunda-feira, 30 de março de 2015

Mana Nera


Minha mana, Nereida, moradora do bairro Morrinhos, em Garopaba, vem protagonizando, ultimamente algumas reportagens no esporte e na política. Ora por ser pioneira em trazer nos 70´s o surf aprendido nos EUA dos anos 60 a points consagrados : Torres, Arpoador, Imbituba e local, ora pelo fato recente de ver seu “caçula”, Brizola Neto, alçado a Ministro do Trabalho. Dilma Roussef, ao escolher Carlos Daudt Brizola, o “Carlito”, como auxiliar dela no primeiro escalão do Governo, contou com ajuda de seu ex-marido, Carlos Paixão Araújo. E ambos foram militantes de esquerda, colegas de partido e amigos de Nereida. Em minha opinião, Carlito, menino criado em Garopaba, que chega lá aos 33 anos é o novo “fenômeno” que, a exemplo de seu avô, vai mostrar mais uma vez como se faz política com dignidade. E, já demonstra habilidade incomum, ao unir as centrais sindicais com apoio da CUT e da Força em torno de objetivo comum, republicano, de frear a farra dos sindicatos de gaveta. No último dia 10 de maio, escrevendo esta coluna, que acabou somente publicada agora, liguei de Florianópolis para Nereida. Ela estava de aniversário. E foi logo me respondendo: “Se é para me cumprimentar, aviso que não faço mais aniversários, há muito deixei de contar os anos”, falou, sem esconder o riso. Maravilha! Mana Nera desconsiderava a careta cronologia da idade, uma vez que tinha consciência de saltar a barreira do tempo ao priorizar na existência a atitude de cada um de nós diante da vida. Ela tocava, desta forma, num dos principais temas discutidos no mundo atual: a geração dos “novos veteranos”, na qual tento, persistentemente e com muita dedicação, humildemente, me incluir. Julie Gavras, a cineasta francesa, de orígem grega, filha do também cineasta Costa-Gavras explora o tema em novo filme dirigido por ela, como a mulher e o homem confrontam os 60 anos. O ator e diretor Clint Eastwood, que foi meu ídolo quando fazia os bang bang dos anos 70, hoje com de 81 anos, reconhece que ficou bem mais inteligente e charmoso com a idade, envelhecer foi uma libertação para ele: “Quando era jovem, era mais aravocê mude ou evolua”. Quem assistiu Paul Mc Cartney, aqui na Ressacada pode comprovar. O cara está um guri, aos 70. Por isso prefiro acreditar em Eastwood. Por mais que a sociedade estabeleça como idoso quem tem acima de 60, a tendência é empurrar o calendário para a frente. Assim como me respondeu Mana Nera no dia do aniversário dela. Hoje, prá mim, velho é quem tem mais de 80. Os octogenários produtivos, hehehe, acham que velho é quem passou dos 90. Prá Nereida velho “é quem já morreu e não sabe”. Falou mana.

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